PAHO - Pan American Health Organization

05/15/2025 | Press release | Distributed by Public on 05/15/2025 14:49

Relatório anual da OPAS destaca conquistas em segurança sanitária nas Américas

Washington, D.C., 15 de maio de 2025 (OPAS) - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) apresentou seu relatório anual de 2024, que detalha os esforços realizados para fortalecer a segurança sanitária nas Américas diante de surtos de doenças infecciosas, da alta dependência de vacinas e insumos de saúde importados e das persistentes desigualdades sistêmicas na região.

Com uma população de um bilhão de pessoas em 35 Estados Membros e celebrando o centenário do Código Sanitário Pan-Americano - o primeiro acordo multilateral para coordenar o controle de doenças entre fronteiras -, a OPAS avançou na segurança sanitária por meio da melhoria da vigilância, da expansão da atenção primária e do incentivo à produção de vacinas.

"O Código Sanitário Pan-Americano demonstra nosso compromisso com a melhoria da saúde de todas as pessoas na região, independentemente da condição econômica ou localização", afirmou Jarbas Barbosa, diretor da OPAS. "Hoje, enfrentamos novos desafios que exigem um espírito renovado de colaboração."

O Relatório Anual 2024: Avançar na saúde para promover a segurança regional oferece uma visão abrangente dessas iniciativas. Um surto de dengue alcançou 13 milhões de casos - quase o triplo do registrado em 2023 -, com mais de 7.700 mortes, principalmente no Brasil, e transmissão limitada em alguns estados dos Estados Unidos. A gripe aviária (H5N1) registrou 66 casos humanos nos Estados Unidos e um no Canadá, além de mais de 1.300 surtos em animais na região. O vírus Oropouche também se espalhou por 12 países.

Entre as principais ações, a OPAS criou a Comissão Intersetorial para Prevenção e Controle da Gripe Zoonótica nas Américas, fortaleceu seu sistema de vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana, e prestou apoio direto aos países afetados por surtos. A partir da análise de dados provenientes de redes sociais, autoridades sanitárias e meios de comunicação, a OPAS emitiu seis alertas sobre dengue, monitorou riscos relacionados à gripe aviária e compartilhou atualizações em tempo real para facilitar respostas rápidas. Essa coordenação permitiu que os países protegessem a saúde pública e contivessem ameaças transfronteiriças. Além disso, a OPAS apoiou a gestão de suprimentos médicos e capacitou profissionais de saúde em toda a região.

Fortalecimento dos sistemas de saúde

O relatório destaca como a OPAS fortaleceu os sistemas de saúde por meio de iniciativas como a Aliança pela Atenção Primária à Saúde nas Américas, em colaboração com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial. Essa aliança atua em dez países para expandir a atenção primária, que pode resolver até 80% das necessidades de saúde, promovendo sistemas mais equitativos e resilientes, tanto para o cuidado de rotina quanto em situações de emergência.

Na Guatemala, a OPAS apoiou um aumento de 15% na cobertura da atenção primária. No Chile, foram incorporados 16 mil novos profissionais de saúde. Além disso, 17 países estão fortalecendo suas capacidades de segurança sanitária por meio da iniciativa de Funções Essenciais de Saúde Pública da OPAS.

Paralelamente, a Organização impulsionou a iniciativa Melhor Atenção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis, ampliando o acesso ao tratamento de câncer, diabetes e doenças cardiovasculares. O programa HEARTS já abrange 33 países, alcançando 5,7 milhões de pessoas com hipertensão. Também foi lançado um grupo de trabalho voltado para a redução da mortalidade materna, com foco em 12 países que concentram 90% dos óbitos maternos da região.

A Iniciativa para a Eliminação de Doenças alcançou avanços significativos: Belize, Jamaica e São Vicente e Granadinas eliminaram a transmissão materno infantil do HIV e da sífilis, e o Brasil eliminou a filariose linfática como problema de saúde pública. Os Fundos Rotatórios Regionais da OPAS facilitaram o acesso a 224 milhões de doses de vacinas e a 5 milhões de tratamentos, fortalecendo os programas de imunização.

A Estratégia de Inteligência Epidemiológica (2024-2029) - pioneira em nível mundial - aprimorou os sistemas de alerta precoce, enquanto a transformação digital na saúde, apoiada por mais de 900 milhões de dólares em financiamentos do BID, chegou a 20 países.

"Em 2024, lançamos iniciativas transformadoras não apenas para detectar e tratar doenças, mas para fortalecer os sistemas de saúde", afirmou Jarbas Barbosa. "Trata-se de construir resiliência, para que nossos sistemas não apenas sobrevivam à próxima pandemia, mas estejam ainda mais bem preparados para responder a ela."

Promovendo a autossuficiência

O relatório destaca os esforços para reduzir a dependência de tecnologias e insumos médicos importados, apoiando o desenvolvimento de vacinas de mRNA na Argentina e no Brasil, incluindo uma contra a influenza aviária H5N1. Atualmente, a América Latina e o Caribe importam seis vezes mais medicamentos e 80 vezes mais vacinas do que exportam.

A Plataforma Regional de Inovação e Produção, lançada em 2023, avançou em 2024 com assistência técnica a nove países e fabricantes, mapeamento da capacidade regional de produção de vacinas e análise de possibilidades de transferência de tecnologia. Os Fundos Rotatórios da OPAS introduziram maiores flexibilidades para fomentar a produção local, facilitando alianças com produtores como a Pfizer e a Sinergium Biotech da Argentina.

"A pandemia de COVID-19 expôs nossa vulnerabilidade", destacou Jarbas Barbosa. "Essa lição agora impulsiona a inovação e as parcerias público-privadas para produzir vacinas e medicamentos em nossa região, fortalecendo a autossuficiência e a segurança sanitária."

Unindo a região pela saúde

A OPAS deu continuidade à sua reforma institucional para melhorar a eficiência e fortalecer a colaboração com instituições multilaterais, o setor privado e a sociedade civil. O Plano OPAS Adelante 2.0, lançado em dezembro de 2024, busca aumentar a transparência e a eficácia.

Além disso, a OPAS atuou como plataforma neutra nas negociações do Acordo sobre Pandemias, organizando 21 reuniões com ministros da saúde, das relações exteriores e representantes diplomáticos, promovendo uma voz regional coordenada na política sanitária global.

Marcos de 2024 e perspectivas futuras

Apesar de um cenário sanitário complexo, a OPAS permanece como uma força fundamental para o avanço da saúde nas Américas. Entre os destaques do ano:

  • A cobertura vacinal superou os níveis pré-pandemia pela primeira vez;
  • A região recuperou seu status de livre de sarampo, perdido em 2018;
  • Belize, Jamaica e São Vicente e Granadinas eliminaram a transmissão materno infantil do HIV e da sífilis;
  • O Brasil eliminou a filariose linfática como problema de saúde pública;

Com apoio da OPAS, países da América Latina e do Caribe garantiram US$ 84 milhões em financiamento para preparação frente a pandemias, por meio do Fundo para Pandemias.

"A segurança sanitária é um compromisso contínuo", concluiu Jarbas Barbosa. "Com inovação, coordenação e solidariedade, a OPAS continua sendo a pedra angular para proteger a saúde e ampliar o acesso para todas as pessoas nas Américas."

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