12/20/2025 | Press release | Distributed by Public on 12/20/2025 09:10
Na abertura da 67ª Reunião de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, neste sábado (20/12), em Foz do Iguaçu (PR) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sem vontade política e coragem dos dirigentes não será possível concluir a negociação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A expectativa era que o acordo fosse assinado neste sábado, mas houve resistência da França e da Itália.
Tínhamos, em nossas mãos, a oportunidade de transmitir ao mundo mensagem importante em defesa do multilateralismo e de fortalecer nossa posição estratégica em um cenário global cada vez mais competitivo", disse.
"Sem vontade política e coragem dos dirigentes não será possível concluir uma negociação que já se arrasta por 26 anos", afirmou o presidente.
Lula disse que as negociações chegaram a um entendimento vantajoso para os dois lados, mas líderes europeus pediram mais tempo para discutir medidas adicionais de proteção agrícola.
"Desde 2023, trabalhamos para garantir que o acordo contribuísse para o desenvolvimento econômico do Mercosul, sem afetar políticas industriais e de incentivo à inovação e sem prejudicar setores sensíveis. Aceitamos a adoção de cotas a produtos agropecuários e o estabelecimento de um mecanismo de salvaguardas, resguardando nosso direito de reciprocidade", afirmou.
Lula relatou que nesta sexta (19) recebeu carta dos presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu manifestando expectativa de ver o acordo aprovado em janeiro.
Aos integrantes do Mercosul, Lula disse que bloco seguirá trabalhando com outros parceiros e a exemplo do que ocorreu em setembro, quando foi firmado o acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio, a EFTA, um conjunto de países que soma um PIB de quase um trilhão e meio de dólares.
Ele relatou que neste semestre, durante a presidência pro tempore do Brasil no bloco, foi iniciada a discussão sobre a ampliação do acordo com a Índia, retomadas as tratativas com o Canadá e houve avanço nas negociações com os Emirados Árabes Unidos. Citou ainda negociações com o Japão e Vietnã.
O encontro em Foz do Iguaçu marca o encerramento da presidência pro tempore brasileira do bloco, que foi caracterizada pelo fortalecimento das articulações políticas, econômicas e sociais entre os países da região e com parceiros externos. À frente do bloco, Brasil impulsionou o comércio intrarregional, fortaleceu a agenda ambiental e ampliou a dimensão social da integração sul-americana. A presidência agora será exercida pelo Paraguai.