Sindicato Patronal de Condomínios Residenciais, Comerciais, Mistos e Empresas de Administração de Condomínios no Estado do Espírito Santo

11/11/2025 | Press release | Distributed by Public on 11/11/2025 07:25

Os rastros que deixamos e o futuro que nos observa

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Vivemos uma era em que a informação se tornou o principal ativo da humanidade. Tudo o que fazemos ao longo do dia deixa rastros digitais que alimentam a grande nuvem de dados conhecida como big data.

Cada passo dado com o celular no bolso, cada compra registrada no cartão e cada pesquisa feita na internet revela um pouco sobre quem somos, onde estamos e o que desejamos. Nosso comportamento cotidiano, traduzido em números e padrões, é o combustível da economia digital.

A tecnologia transformou o dado pessoal em mercadoria. As informações que entregamos voluntariamente - ou sem perceber - são usadas para nos classificar, prever hábitos e direcionar ofertas.

Ao informar o CPF no supermercado, na farmácia ou em um aplicativo de entrega, contribuímos para que sistemas baseados em inteligência artificial aprendam nossos gostos, horários, doenças mais prováveis e até o perfil emocional.

Aos poucos, esses sistemas sabem mais de nós do que nós mesmos. Se essa tendência se mantiver, em 15 ou 20 anos existirão organizações com capacidade de traçar um retrato completo da vida de cada cidadão.

Terão condições de prever o que consumiremos, os lugares que frequentaremos, as relações que construiremos e, talvez, até de que enfermidades morreremos. É um futuro que parece ficção científica, mas que já começou a ser desenhado com a coleta massiva e permanente de dados.

Diante dessa realidade, a sociedade passou a buscar formas de retomar o controle sobre o próprio destino digital. Inspirado pela União Europeia, que criou seu Regulamento Geral de Proteção de Dados em 2018, o Brasil aprovou a sua Lei Geral de Proteção de Dados, a LGPD, com o objetivo de garantir transparência no tratamento das informações e assegurar ao cidadão o direito de decidir sobre o uso dos seus dados pessoais.

E nesta semana o país deu mais um passo simbólico. Foi sancionada a Lei nº 15.254/2025, que institui o Dia Nacional de Proteção de Dados Pessoais, a ser celebrado todo dia 17 de julho.

Pouca gente sabe, no entanto, que o Espírito Santo foi pioneiro nessa pauta. Por iniciativa do deputado Denninho Silva, o Estado criou o Dia Estadual de Proteção de Dados, comemorado em 12 de julho, pela Lei nº 12.454/2025.

Uma data que nasceu aqui e que agora inspira o Brasil a refletir sobre a importância da privacidade.

Mas não basta criar leis. A proteção de dados precisa ser compreendida como uma responsabilidade coletiva. Empresas devem adotar práticas transparentes, o poder público precisa ser exemplo de conformidade, as entidades devem promover a conscientização e cada cidadão precisa entender o valor da própria informação.

O dado pessoal é o retrato da nossa identidade no mundo digital - e, como tal, deve ser preservado com o mesmo zelo que temos pela nossa liberdade.

O futuro da privacidade depende das escolhas que fazemos hoje. E a principal delas é simples, mas poderosa: cuidar dos nossos dados é cuidar de nós mesmos.

Autor: EDUARDO PINHEIRO, consultor de tecnologia da informação
Publicação original: Jornal A Tribuna

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