12/08/2025 | Press release | Distributed by Public on 12/08/2025 15:28
O Festival de Cinema do Brics realizou, no último sábado (6/11), um encontro entre autoridades brasileiras, curadores, realizadores e delegações internacionais para discutir iniciativas e perspectivas voltadas ao desenvolvimento do audiovisual. A atividade foi realizada na Pinacoteca do Ceará.
A mesa contou com a presença da secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga; do coordenador-geral de Assuntos Internacionais do MinC, Vinícius Gürtler; e dos curadores do Festival, Flavia Guerra e Fábio Rodrigues Filho. Também participaram representantes dos filmes exibidos nesta edição: Ticiana Augusto Lima (Morte e Vida Madalena), Milena Manfredini (Laudelina e a Felicidade Guerreira), Karabo Lediga (Sabbatical, África do Sul) e Lucas Alves Litrento (Ajude os Menor).
"O Brasil vive um momento decisivo para reposicionar o audiovisual no cenário internacional. O Festival do Brics reforça nosso compromisso com a coprodução, com a circulação de obras e com a criação de mecanismos que aproximem ainda mais os países do Sul Global", destacou Joelma.
Representando a Conexão Audiovisual Centro-Oeste, Norte e Nordeste, Gabriel Pires destacou a relevância da articulação federativa para a distribuição de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
A produtora e roteirista Virna Paz, integrante da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), Associação de Produtoras de Audiovisual Independente do Ceará (Ceavi) e Associação Brasileira de Autores Roteiristas (Abra), ressaltou o crescimento do cinema cearense e reforçou a centralidade da diversidade nas políticas para o setor.
A cineasta e jornalista indígena Olinda Tupinambá, dos povos Tupinambá e Pataxó Hãhãhãe, trouxe reflexões sobre os desafios de acessar políticas públicas e sobre a produção audiovisual realizada por mulheres indígenas.
Representando a Associação de Profissionais Trans do Audiovisual (APTA), Alice Muniz salientou o papel da rede na transformação do imaginário social: "a APTA é uma rede nacional que transforma diversidade em política pública. Acreditamos que o cinema é um dos mecanismos mais potentes para transformar o imaginário de uma sociedade".
Segundo ela, cerca de 200 profissionais trans atuam atualmente no audiovisual, e 133 obras dirigidas por 55 cineastas trans já foram mapeadas pela associação.
A gerente de audiovisual de Salvador, Milena Anjos, apresentou a Rede de Film Commissions do Brasil (Refci), formada por comissões municipais, estaduais e regionais. Ela disse que o país já discute a criação de uma Film Commission Nacional, voltada para atrair produções, organizar serviços de apoio e facilitar filmagens em território brasileiro.
Pablo Ricci, secretário de Desarrollos Culturales do Ministério de Cultura da Província de Santa Fé, expôs o cenário atual do audiovisual na Argentina, marcado pela redução das políticas nacionais de fomento.
Já a cineasta Karabo Lediga pontuou o impacto do Festival na construção de novas alianças: "temos muitas coisas em comum. Espero que possamos nos mover para além do eixo ocidental. Precisamos olhar para a Ásia, o Sul Global e a América Latina, onde podemos ter conversas mais significativas. É revolucionário mostrar um filme independente fora da África do Sul".
Também estiveram presentes Masana Chikeka, diretora interina de Desenvolvimento Cultural da África do Sul; Stacey Lefine, representante da NFVF (National Film and Video Foundation); e Frida Fan Jingwen, gerente sênior do Shanghai International Film Festival
O diálogo evidenciou que, apesar dos desafios compartilhados, cresce a rede de colaboração internacional comprometida com um audiovisual mais diverso, potente e integrado.
Além do encontro, as sessões de longas e curtas exibidos à tarde contaram com a presença da atriz Angelina Strechina de Amor à União Soviética, Milena Manfredini, diretora de Laudelina e a Felicidade Guerreira, e de Tárik Puggina, produtor executivo de Thuë Pihi Kuuwi - Uma mulher pensando.