Federal Government of Brazil

11/12/2025 | Press release | Distributed by Public on 11/12/2025 16:12

União de agentes privados e públicos pode acelerar meta climática, diz Campeão do Clima

O empresário Dan Iochpe, presidente do Conselho de Administração da Iochpe-Maxion, considera a conexão entre agentes privados e públicos como fator determinante para acelerar as metas climáticas que se pretende alcançar a partir da COP 30. Iochpe foi escalado em abril pelo presidente Lula para falar pelo Brasil como Campeão de Alto Nível do Clima no contexto da Conferência.

Seu papel é agregar aos debates entre as partes (países e suas comunidades científicas e governamentais participantes da Convenção do Clima da ONU) tudo que se pode extrair de contribuições dos atores econômicos e não governamentais em termos de contribuição para a adaptação climática.

"Com a escolha de Dan Ioschpe como Campeão de Alto Nível, a equipe da presidência da COP 30 se fortalece de maneira significativa. Assim como demonstrou no G20 durante a presidência brasileira, Ioschpe poderá agora contribuir de forma extraordinária para conjugar as prioridades brasileiras para a COP 30 e a ação do setor privado", afirmou na ocasião da nomeação o presidente da COP 30, embaixador André Corrêa do Lago.

O empresário espera, desse modo, liderar os esforços pelo fortalecimento das ações climáticas voluntárias, iniciativas e coalizões para a implementação do Acordo de Paris.

Nesta entrevista a Graziele Bezerra, do Canal Gov, Dan Iochpe explica as amplas possibilidades de atuação de um Campeão de Alto Nível do Clima. "O campeão do clima foi uma construção, a partir do acordo de Paris, em que os países se deram conta de que a sociedade não governamental tinha um papel muito grande na implementação da agenda de ação climática para que a gente atinja os objetivos do acordo."

Assista à entrevista

Acesse aqui a página oficial da COP 30 E aqui a lista de notícias da COP 30 na Agência Gov

Confira os principais trechos da entrevista

O que é ser um Campeão do Clima no contexto da COP 30?

O campeão do clima foi uma construção, a partir do acordo de Paris, em que os países se deram conta de que a sociedade não governamental tinha um papel muito grande na implementação da agenda de ação climática para que a gente atinja os objetivos do acordo.

Então se nomeou, a partir daquele momento, para todas as edições da COP, um Campeão do Clima. E, mais importante, se formou uma equipe que trabalha todo o tempo, anualmente, na implementação dessas soluções fundamentais para que a gente atinja os objetivos. E o país sede da COP tem essa possibilidade, todos os anos, de indicar um Campeão do Clima para trabalhar com essa equipe e com toda a sociedade não governamental ao redor do mundo. Para que a gente acelere o atingimento dos objetivos do acordo. Dez anos atrás, o acordo de Paris estabeleceu alguns caminhos para diminuir a temperatura global. Existem essas figuras para fazer essa conversação, para que isso seja realmente adotado na prática.

Como é que essa agenda de ação pode ser implementada?

A agenda de ação climática que a COP 30 revisou e que a presidência brasileira, junto com o Climate Champions Team, que eu lidero, está propondo, está baseada no Global Stocktake, que é o balanço global, que também foi definido pelas partes (os países membros), que é como chegar lá.

A segunda questão é trabalhar em cima das iniciativas existentes. Mais de 700 iniciativas de ação climática que diversas organizações e entidades ao redor do mundo já lançaram ao longo do tempo. Então nós estamos trabalhando essencialmente sobre elas. A terceira questão é de dar continuidade, e a quarta, é organização. Então, nós desenhamos um processo em seis eixos temáticos, 30 objetivos-chave.

Cada objetivo-chave gerou um grupo de ativação que trabalha diuturnamente para retirar os gargalos que não nos permitem atingir mais rapidamente os objetivos, para ser mais material e presente. Por exemplo, a questão dos combustíveis sustentáveis da aviação, que é um dos objetivos e uma das soluções. Como que a gente acelera, a exemplo do que foi feito com o solar, que teve uma aceleração muito positiva ao longo dos últimos dez anos.

Nós também podemos falar do transporte terrestre, do não desmatamento, da recuperação de áreas degradadas, da agricultura regenerativa, das cidades, da siderurgia, do cimento e tantas outras questões. E também dos fatores de viabilização, o financiamento, os seguros, a capacitação humana, o desenvolvimento tecnológico. Então, nós temos nesses 30 objetivos-chave da COP 30. Muitas soluções e temas que saem daí e que precisam avançar para que a gente consiga atingir os objetivos.

Mas a grande questão é a transição energética, sair dos combustíveis fósseis e ir gradativamente para essas energias mais limpas. É um desafio?

É um desafio e esse é essencialmente o eixo 1. Então, ele é um dos desafios. Nós temos seis eixos. E você descreveu muito bem, eu não adicionaria nada além disso. Mas se você for para o eixo 2, nós vamos estar falando de florestas, oceanos. Para regiões do mundo como o Brasil, América do Sul ou a África, esse é um eixo, talvez, de volume mais significativo de emissões do que o primeiro. Então, nós temos que trabalhar em todos os temas ao mesmo tempo para a gente atingir os objetivos.

E como o senhor avalia que tem sido o trabalho, então, de implementação dessas ações para realmente cumprir, já que o que se espera da COP 30 é que ela seja realmente a conferência da implementação?

A principal contribuição é que haja um motor de implementação, um processo que acelere e viabilize mais implementação do que se fez até aqui. Você pensar, de novo, voltando para algum dos exemplos, que você vai implementar o combustível sustentável da aviação em duas semanas da COP 30 não seria uma expectativa razoável.

O ciclo da COP nos ajuda a dar muita luz, muita visibilidade, para tudo aquilo que seja empecilho, para tudo aquilo que seja um obstáculo ou mesmo uma dificuldade tecnológica para que a gente busque sanar numa mesa em que todas as entidades e setores relacionados estejam participando, que é o que a gente chama dos grupos de ativação.

Esses grupos de ativação geram planos de aceleração de soluções, que é fazer com que isso ocorra. Então, não só a COP 30, mas o ciclo anual das COPs é fundamental para que a gente consiga fazer essa aceleração.

O grupo de atuação inclui a sociedade? A gente tem possibilidade de aproximar a sociedade desses debates, dessa implementação?

O grupo é essencialmente a sociedade. Os governos também participam, mas ele é essencialmente a sociedade não governamental através de entidades que representam empresas, prefeituras, comunidades, governos estaduais, academia e assim por diante. Em relação ao financiamento, que a gente teve aqui o lançamento oficial do TFFF (Fundo Florestas Tropicais para Sempre), também é um dos eixos da agenda de ação.

Em que pé que está o financiamento climático para que realmente os países que precisam implementar suas ações sejam beneficiados?

Eu acho que nós temos três grandes temas, pelo menos, no tema do financiamento. O primeiro, que andou muito ontem, é o TFFF. Nós estamos muito felizes e ele conversa com o coração da questão das florestas e de como gerar desenvolvimento socioeconômico com a floresta de pé, ou seja, de forma sustentável. É um grande avanço e uma entrega monumental já da COP 30.

O segundo tema é todo o mercado do carbono, os créditos de carbono e todas as regulamentações. Isso também nós vamos ter bons debates, bons avanços aqui na COP 30, seja do lado da agenda de ação climática, das conversas entre regiões, não necessariamente todas as partes em conjunto, mas de grupos de países que começam a avançar nesse sentido.

O terceiro, que é muito central na agenda, é a Rota Bacu-Belém, em que a presidência da COP 29 (no Azerbaijão) e a presidência da COP 30 estão entregando um mapa, uma rota do caminho de como nós saímos dos US$ 300 bilhões/ano de recursos para a transição, para US$ 1,3 trilhão.

Isso vai ser muito falado também nessas duas semanas. E ao longo dos próximos anos, com certeza. E a gente tem também o uso da tecnologia.

Trinta anos atrás, quando começaram as conferências, era uma tecnologia. Hoje a gente já teve um avanço muito grande. Então, como fazer o uso das tecnologias hoje para a gente realmente implantar essas ações?

Nós temos dois lados dessa moeda. O primeiro lado por tecnologia. Eu falei do solar um pouquinho antes. A tecnologia conseguiu reduzir o custo significativamente, viabilizar a escala, e isso faz com que a gente tenha agora uma capacidade de implantação muito rápida e muito econômica desse meio de energia.

As baterias e os grids são outro exemplo grande de como caminhar nisso. A bioeconomia, os bioinsumos também nessa direção. E um outro lado interessante da moeda é que a inteligência artificial, os data centers, passam a ser agora os maiores consumidores de energia do planeta.

Então, de um lado, nós temos a tecnologia aumentando a demanda por energia e, de outro lado, ajudando muito a que essa energia seja sustentável, renovável e nos permita promover desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável.

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