09/15/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/15/2025 11:48
Histórias clássicas retratadas em contos infantis ganharam uma nova releitura durante as aulas de Língua Portuguesa desenvolvidas no Centro de Detenção Provisória do Complexo Penitenciário Rodrigo Figueiredo da Rosa. O pensamento crítico e a vivência de cada aluno deram novos ares e desfechos aos personagens, criados com a ajuda da Inteligência Artificial (IA).
A atividade envolve cerca de 100 internos alunos da quinta etapa do ensino fundamental à terceira etapa do ensino médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Nelson Mandela, com o projeto "Quem conta um conto, aumenta um ponto". Nesse novo contexto, "Rapunzel" virou "A Rapunzel da Rampa do Urubu", em Viana; O conto "Os Três Porquinhos" se transformou no "O casamento da porca e o lobo" e "Chapeuzinho Vermelho" ganhou uma nova cor, transformando-se em "Chapeuzinho Rosa".
A professora de Língua Portuguesa Sonia Maria Tirre Araújo explicou que as aulas apresentam o gênero textual conto, incluindo sua estrutura, elementos narrativos e finalidade, em que os alunos têm a possibilidade de recriar os clássicos.
"Os alunos são incentivados à leitura e à criação de novos contos como forma de expressão e desenvolvimento pessoal. Os contos estimulam a escrita como ferramenta para aprimorar a habilidade de comunicação, expressão de ideias, de sentimentos e experiências", explicou Sonia Araújo.
Para ilustrar as novas histórias, os alunos contaram com a ajuda da Inteligência Artificial (IA). "Realizamos uma conversa com os internos, ouvindo suas opiniões e contribuições. A partir desse diálogo, organizamos os conteúdos de forma estruturada na plataforma de IA e garantimos que o material fosse construído de maneira participativa. O resultado das ilustrações ficou incrível", disse a professora.
O comando da IA foi realizado pela docente fora da sala de aula, uma vez que o acesso à internet não é permitido durante as aulas ministradas no sistema prisional.
"Projetos assim têm um papel fundamental na unidade prisional, pois vão além do ensino tradicional. Eles estimulam as pessoas privadas de liberdade a perceberem que existe muito mais na vida do que o caminho que os levou à prisão. Ao desenvolver atividades que despertam a criatividade e a reflexão, os internos têm a oportunidade de enxergar novas possibilidades, perceber que podem transformar suas histórias e construir um futuro diferente. Iniciativas como essa reforçam que a educação, a leitura e a expressão artística são poderosas ferramentas de mudança e humanização dentro do ambiente prisional", destacou o diretor-adjunto da unidade, Richard de Souza Tancredo.
"Gostei muito de fazer a releitura do conto Rapunzel. Foi inspirador conseguir transformar o conto e poder mudar a história, tornando-a mais divertida e mais perto da nossa realidade que é a rampa de voo livre. Também criamos um novo final para a personagem, que casou com um cowboy e não um príncipe", disse o interno E.S.R. que está na sexta etapa da EJA.
A educação no sistema prisional é ofertada em parceria com a Secretaria da Educação (Sedu).
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