11/11/2025 | Press release | Distributed by Public on 11/11/2025 09:19
Cena inusitada marcou a intensa agenda de entrevistas realizadas pelo Canal Gov, da EBC, nesta segunda-feira (10/11), primeiro dia de COP 30. A jornalista Mariana Jungmann se preparava para gravar entrevista com o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). De repente, chega o ministro do Turismo, Celso Sabino, e pede licença, assume o lugar e o microfone da entrevistadora. E decide conduzir ele próprio a entrevista com o colega do MDA. E seguiu o jogo.
"Ministro Paulo, eu sou do Pará, e não começo logo falando que eu sou do Pará para as pessoas não acharem que eu sou convencido. Porque hoje o Pará está na moda, é a bola da vez", brincou Sabino. De fato, ambos conversaram sobre o sucesso da realização da COP na capital do Pará, coração da Amazônia. Sobre o legado que a conferência deixará para a cidade e como, depois do evento, Belém passará a ser reconhecida e procurada.
Após a conversa, Mariana Jungmann reassumiu o microfone e gravou a entrevista para A Voz do Brasil transmitida ainda ontem. Teixeira destacou, entre outras ações, a iniciativa Florestas Produtivas, voltada para ajudar o produtor rural a extrair renda da floresta em pé. E como as ações de sustentabilidade do Governo do Brasil promovem o casamento entre proteção da floresta com a proteção de seus povos.
Entre essas ações, a importância da atualização do Cadastro Ambiental Rural para que o agricultor possa receber por manter a floresta de pé. Acompanhe a entrevista da Voz no vídeo. E abaixo, os principais trechos da conversa entre Sabino e Paulo Teixeira.
Vamos conversar, direto dos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação, para o Canal Gov, e todo o sistema de divulgação do Governo do Brasil, com o ministro da Agricultura Familiar. Ministro Paulo Teixeira, o presidente Lula, na abertura do evento, fez um discurso muito didático, emocionado, e que arrancou aplausos de pé. Qual foi a sua impressão sobre o primeiro discurso do presidente Lula, nesse evento tão importante da ONU, aqui em Belém?
Ministro Celso Sabino, primeiro, parabenizar o senhor, parabenizar Belém, governador Hélder Barbalho, presidente Lula, que estamos recebendo a COP. Um evento de natureza mundial, e talvez o segundo evento que mais atrai pessoas aqui em Belém, depois do Círio de Nazaré. Mas esse evento aqui com mais tempo de permanência aqui. Eu acho que o presidente Lula chama atenção para a necessidade de adoção de medidas que devem ser tomadas em maior velocidade para evitar uma crise climática.
Ele combate o negacionismo do clima e coloca no lugar do negacionismo os compromissos e a necessidade de adoção de compromissos mais rápidos para evitar os eventos climáticos extremos. Ele também fala das pessoas que são as vítimas desse evento climático. E, neste momento, eu também, como ele, me solidarizo com as vítimas do tornado que passou pelo Paraná, vitimou seis pessoas e, praticamente, levou toda uma cidade ao chão.
Por isso, esse momento requer compromisso. E acho que o presidente Lula, que foi aplaudido de pé, pede compromissos, velocidade, que os países coloquem os seus recursos para mitigar os efeitos da crise climática nas populações mais pobres. E ressalta o papel da Amazônia como muito importante para sequestrar carbono. E, ao mesmo tempo, um lugar para, além de sequestrar carbono, ajudar na regulação do clima.
Ministro, tenho duas perguntas a lhe fazer e eu quero que você analise, primeiro, como você está vendo a cidade de Belém, quais eram as suas perspectivas antes e agora, depois que chegou na cidade, para a realização dessa COP 30?
E, também, qual é o papel da agricultura familiar. Aqui, nos espaços da COP, nós temos vários restaurantes, lanchonetes servindo, inclusive, produtos oriundos da agricultura familiar. De que forma a agricultura familiar pode contribuir para a preservação da natureza e a manutenção da Amazônia viva?
Aqui na COP, 30% dos produtos que são vendidos nos restaurantes vêm da agricultura familiar e vêm da Amazônia. Por isso, são produtos daqui, é uma gastronomia local, com produtos locais, sejam eles de comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhos, assentados da reforma agrária.
Por isso, a comida aqui é uma comida regional e é uma comida da agricultura familiar. Como que a agricultura familiar contribui para o clima? Com uma agricultura restaurativa. Nossa proposta são sistemas agroflorestais de restauração florestal, com espécies como açaí, cupuaçu, cacau, dendê, que tem um rendimento 10 vezes maior do que a pecuária.
Assim, estamos investindo aqui, agora, cerca de R$ 500 milhões - sem retorno, a fundo perdido. Uma parte do BNDES, do Fundo Amazônia, uma parte da Caixa Econômica Federal, uma parte do Orçamento da União para a restauração florestal, construção de viveiros, depois plantio de mudas. Enquanto essas árvores crescem, eles podem receber a sua renda com mandioca, com banana, com abacaxi, com melancia.
Enfim, garantir que a floresta de pé seja mais rentável do que a supressão de vegetação e, assim, a lógica restaurativa. Sistemas agroflorestais. Nós também temos no Pronaf, o Pronaf-B, o Pronaf-B também tem uma linha de florestas produtivas.
Muitas pessoas estão tomando recurso para a produção de açaí, cacau, andiroba, cupuaçu. E, ao mesmo tempo, vai ser lançada aqui numa das sessões, uma máquina, um robozinho que colhe sozinho o açaí. Isso não é para tirar trabalho do peconheiro (pessoa que colhe o açaí). Esse peconheiro vai poder botar essa maquininha para trabalhar. E com mais segurança, porque tem muito risco de acidente.
Ao mesmo tempo, vai ter maior produtividade para o extrativista, que vai poder investir, inclusive, numa pequena agroindústria que vai bater o açaí e vender com valor agregado. Tem gente já fazendo sorvete, inclusive. Por isso nós queremos agroindústria, cooperativas, e esse agricultor podendo, inclusive, atrair a juventude com mais tecnologia, com cooperativas, com agroindústria, que vai dar resultados maiores para o povo da floresta.
Ministro Paulo, eu sou do Pará, e não começo logo falando que eu sou do Pará para as pessoas não acharem que eu sou convencido. Porque hoje o Pará está na moda, é a bola da vez. Mas eu quero que você fale um pouco aqui, para o telespectador do Canal Gov, como você está sentindo o clima da equipe de governo do presidente Lula, com a realização dessa COP, com o sucesso que está sendo, com a infraestrutura que todos estão encontrando aqui?
Ministro Celso Sabino, que alegria fazer parte de um governo que realizou essa COP em Belém. Belém é uma cidade antes da COP e é outra cidade depois da COP. Saneamento básico aumentou, dobrou o saneamento que já tinha para o que tem agora. Ao mesmo tempo, infraestrutura, de ruas que foram pavimentadas, pontes que foram construídas, hotéis que foram instalados. Aeroporto. Porto.
Enfim, tem um legado. Essa COP muda a cidade de Belém e Belém poderá, daqui para frente, como esse centro de convenções, o Parque da Cidade, sediar outros eventos, porque a Amazônia atrai. Então, eu quero dar os parabéns.
A COP é um sucesso e acho que Belém ganhou uma projeção internacional. Todo mundo vai querer realizar eventos aqui em Belém. E o Corinthians vai querer jogar muito aqui contra o Remo.
É isso aí. Obrigado, ministro, pela sua participação aqui hoje no canal GOV. Sigam acompanhando aqui a nossa programação. Hoje (10/11) é o primeiro dia oficial da abertura da COP. Nós vamos ter ainda muita informação, porque tem muita coisa boa acontecendo ao mesmo tempo. Fique ligado aqui na Empresa Brasil de Comunicação e no canal GOV. Eu sou Celso Sabino, ministro do Turismo, enviado especial para cá, para Belém, para a transmissão da COP 30 pela EBC Brasil.