08/29/2025 | News release | Archived content
Os irmãos gêmeos Franklin e Fabiano querem multiplicarjunto à comunidade as práticas aprendidas por meio do REDESER
Uma escola localizada em Lagoa do Pimentel, comunidade de Monte Santo (BA), desenvolve práticas voltadas para reverter o processo de desertificação na Caatinga e mostra aos jovens que é possível sonhar com o futuro no sertão. Trata-se da Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE), que marcou presença no estande da FAO durante o Semiárido Show 2025, realizado de 26 a 29 de agosto, em Petrolina (PE). Na ocasião, os estudantes apresentaram as experiências adquiridas com o projeto REDESER - Revertendo o processo de desertificação nas áreas suscetíveis do Brasil, uma parceria da FAO com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
Franklin do Nascimento Silva, de 18 anos, explica que, antes da chegada do REDESER, a disciplina da escola trabalhava principalmente a conservação do meio ambiente, com a mensagem de não devastar. A partir do projeto, porém, novas perspectivas foram abertas: "a gente tem um conhecimento a mais: trabalhar com a desertificação, para reverter um processo que já está acontecendo. A prática do REDESER é muito inovadora". Seu irmão gêmeo, Fabiano, também destaca a relevância das atividades. "A gente já tem ideia do que vai acabar com a Caatinga, do que pode devastar, porém, não tínhamos acesso a práticas que possamos utilizar na nossa propriedade. A importância do REDESER foi essa: trazer práticas que a gente pode utilizar em nossa propriedade", afirma.
Para os estudantes, o projeto contribuiu não apenas com técnicas de manejo sustentável, mas com a compreensão da importância da Caatinga e da agricultura familiar. O sonho dos irmãos é continuar disseminando informações e levando práticas para ajudar agricultores da comunidade. "Acho que isso é o essencial. A gente entra na EFA de um jeito e sai de outro, por conta de todo esse conhecimento social e político, e do cuidado com a natureza. Basicamente, a gente vê que tem que propagar práticas de cuidado com a Caatinga", relata Franklin. Segundo Fabiano, antes da EFA, eles não tinham tanta ligação com a comunidade. "A gente não se entendia como área assentada", lembra. Agora, seu principal objetivo é levar conhecimento e novas práticas para os agricultores das comunidades, melhorar o convívio deles com o Semiárido para trabalharem no processo de reverter a desertificação. "A EFA nos transforma em um multiplicador no aspecto do cuidado com a natureza, político, social, da gente servir às pessoas, o agricultor familiar, que precisa de toda essa atenção", relata.
A EFASE, em Monte Santo, oferece Ensino Fundamental e Médio integrados ao Curso Técnico em Agropecuária, no modelo de alternância. Nesse formato, os jovens passam períodos na escola (tempo de estudo) e na comunidade, aplicando o que aprendem. Além das disciplinas tradicionais, como português e matemática, a formação inclui conteúdos técnicos e práticos - entre eles, as práticas do REDESER, com o apoio da Fundação Araripe - preparando os estudantes para o mercado de trabalho e incentivando-os a permanecer e prosperar no campo.
Atualmente, as práticas do projeto REDESER são implementadas em 14 municípios dos territórios de Seridó (RN), Xingó (AL), Uauá (BA) e Araripe (CE).