10/23/2025 | Press release | Distributed by Public on 10/24/2025 08:33
A região foi certificada como livre da poliomielite em 1994; no entanto, em 2024, apenas 83% das crianças receberam a terceira dose da vacina - abaixo dos 95% necessários para prevenir surtos.
Washington D.C., 23 de outubro de 2025 (OPAS) - No Dia Mundial contra a Poliomielite (24 de outubro), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) celebra mais de três décadas sem casos de poliovírus selvagem nas Américas e alerta sobre a importância de fortalecer a vacinação para evitar um possível ressurgimento dessa doença prevenível.
"Há algumas décadas, pais e mães viviam com medo pela saúde de seus filhos: febre repentina, dor, fraqueza muscular e até paralisia permanente. Assim se apresentava a poliomielite, uma doença sem cura que podia deixar sequelas para toda a vida e até causar a morte", lembrou Jarbas Barbosa, diretor da OPAS. "Graças às vacinas e a um grande esforço coletivo, há 31 anos o poliovírus selvagem não circula em nossa região. Este é um feito extraordinário da saúde pública", acrescentou.
A poliomielite afetou milhares de crianças na região até o início da década de 1990. Em 1975 foram notificados cerca de 6 mil casos, e o último caso de poliovírus selvagem foi registrado no Peru em 1991. Esse avanço levou as Américas a se tornarem, em 1994, a primeira região do mundo a ser certificada como livre da pólio.
No entanto, a OPAS ressalta que manter esse status exige renovar o compromisso e sustentar a ação. Em 2024, apenas 83% das crianças nas Américas receberam a terceira dose da vacina contra a poliomielite, bem abaixo dos 95% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alcançar a imunidade coletiva.
A poliomielite é uma doença viral que ataca o sistema nervoso e pode causar paralisia permanente, principalmente em crianças menores de cinco anos. Na maioria dos casos, não há sintomas, mas uma em cada 200 pessoas infectadas desenvolve paralisia, e entre 5% e 10% delas podem morrer por paralisia respiratória.
Em nível global, os casos de pólio diminuíram mais de 99% desde 1988, quando se estimavam 350 mil casos anuais em mais de 125 países. Hoje, apenas dois países mantêm circulação endêmica do poliovírus selvagem. No entanto, os riscos não desapareceram.
Em áreas com baixa cobertura vacinal, os poliovírus derivados da vacina podem sofrer mutações e se propagar em comunidades não vacinadas, causando surtos semelhantes aos do vírus selvagem. A OPAS destaca a importância de uma vigilância epidemiológica robusta e do uso estratégico de diferentes vacinas para mitigar esse risco, sem perder de vista a meta da erradicação global.
"Proteger, fortalecer e seguir as recomendações dos programas de imunização é um ato de amor, solidariedade e uma responsabilidade compartilhada entre governos, trabalhadores da saúde, comunidades e cada um de nós", enfatizou o diretor da OPAS.
A OPAS convoca todos os atores sociais e do setor da saúde a agir com determinação para manter as Américas livres da pólio:
Neste Dia Mundial contra a Pólio, a OPAS reafirma seu compromisso com a erradicação global da doença e com a proteção das futuras gerações contra ameaças preveníveis.
Desde antes da eliminação do poliovírus selvagem nas Américas, a OPAS tem trabalhado junto aos países da região e a parceiros estratégicos para alcançar e sustentar esse feito histórico, oferecendo cooperação técnica, apoiando campanhas de vacinação e reforçando a vigilância. A Organização também tem facilitado o acesso a vacinas seguras e eficazes por meio de compras conjuntas a preços acessíveis através de seu Fundo Rotatório.