Fórum sobre Bioeconomia firma Pará como referência em desenvolvimento sustentável na Amazônia

O Governo do Pará reafirmou, nesta terça-feira (11), seu protagonismo na agenda de desenvolvimento e economia sustentável e na valorização da Amazônia durante o "Fórum Conexões pela Bioeconomia: Destravando Caminhos para um Desenvolvimento de Baixo Carbono", evento que abriu oficialmente a programação do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, no Porto Futuro, em Belém.

Promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), o Fórum reuniu representantes do poder público, de instituições financeiras, pesquisadores, empreendedores e comunidades tradicionais, consolidando o Pará como o principal hub de oportunidades para o desenvolvimento de baixo carbono na região amazônica.

Na abertura do evento, a secretária-adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy, destacou o papel dos estados amazônicos na consolidação de políticas sustentáveis e na valorização da floresta viva. "Os governos subnacionais desempenham um papel estratégico para impulsionar a bioeconomia e a sociobioeconomia, porque é nos territórios que ela acontece. Promover debates como este é uma oportunidade de sonhar junto com uma Amazônia próspera, justa e de bem viver para todos e todas", afirmou Camille Bemerguy.

Ela ressaltou que o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia materializa o compromisso do Estado em criar um ecossistema de negócios sustentáveis e inovadores. "Esse espaço é, ao mesmo tempo, um ambiente de inovação e um território de aprendizado, onde convivem negócios comunitários, startups e indústrias. É o encontro entre tradição e inovação, com base em ciência, tecnologia e cooperação entre governos e comunidades", completou a secretária-adjunta.

Painéis e lançamentos - Durante o evento, painéis temáticos abordaram estratégias subnacionais para o desenvolvimento sustentável, integração de dados e conhecimento em bioeconomia, e modelos de financiamento para negócios comunitários, reunindo representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), Embaixada do Reino Unido, Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e instituições parceiras.

A programação também foi marcada pelo lançamento de novas iniciativas estruturantes da política estadual de bioeconomia, que fazem parte do "Realiza Pará", incluindo Vitrine e Rota Turística da Bioeconomia, que valorizam produtos e roteiros sustentáveis em 11 municípios; Centro de Gastronomia Social Tekoà, voltado à formação de empreendedores e valorização da culinária amazônica; Casa Sociobio, espaço de apoio a negócios comunitários, fruto da cooperação com o Governo Britânico; Escola Saberes da Floresta, voltada à educação e inovação em sociobioeconomia; a segunda edição do Programa Inova Sociobio, que investirá R$ 3,4 milhões no fortalecimento de 20 novos empreendimentos comunitários da sociobiodiversidade, e o lançamento do Programa Prospera Sociobioeconomia, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, que cria núcleos territoriais para o desenvolvimento da sociobioeconomia na Amazônia.

Autonomia - Durante o painel, Antônio Brito, representante do CNS, relatou os impactos do "Inova Sociobio" nas comunidades amazônicas. "A partir do 'Inova', conseguimos organizar cooperativas, estruturar a produção e fortalecer nossa autonomia nos territórios. É um apoio que transforma a realidade e fortalece quem vive da floresta", destacou.

Ao longo da programação, os debates reforçaram a importância da cooperação entre governos, sociedade civil e setor produtivo para fortalecer um modelo econômico de baixo carbono na Amazônia. "Estamos em uma Amazônia que não é mais futuro: é um presente que já está dando certo. Temos muito a mostrar e a celebrar com o mundo", concluiu Camille Bemerguy.

A programação contou com representantes da presença de diversas instituições parceiras, como Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Trama Projetos, The Nature Conservancy (TNC), Fundação Moore, Banco KfW, Embaixada do Reino Unido, Fundo Amazônia Oriental (FAO) e outras entidades que apoiam iniciativas voltadas à transição ecológica e à sociobioeconomia.