11/12/2025 | Press release | Distributed by Public on 11/12/2025 14:20
O prêmio Orgulho da Terra de 2025 contemplou 17 agricultores e extensionistas do Paraná que promovem seu trabalho em consonância com os pilares de responsabilidade social, ambiental e econômica. Em sua quinta edição, o evento tem movimentado a cada ano milhares de empreendedores do agronegócio em todo o Paraná, bem como os técnicos de extensão rural que os orientam em direção a práticas sustentáveis. Mas não é apenas o trabalho deles que chama a atenção: é toda uma história de superação, de coragem, de empenho e de esperança.
São relatos como o de dona Floripa dos Santos, de Mangueirinha, vencedora na categoria Inclusão Social. Com 55 anos de idade, sempre trabalhou na roça e nunca aprendeu a ler nem a escrever. Mas o que não escreveu nas linhas de um caderno, escreveu nas linhas da própria mão. Determinada, aos 20 anos foi morar num assentamento distante 25 quilômetros da cidade mais próxima. Sem ter de onde tirar a renda para o sustento, começou a montar uma pequena horta, que era o que sabia fazer desde criança. "A Floripa é uma pessoa que venceu pela superação", conta Josaine Bárbara Faé, a técnica do IDR-Paraná que foi a mentora de Floripa nos desafios que a agricultora enfrentava. "Ela tinha que caminhar cerca de cinco quilômetros, todos os dias, para pegar um ônibus escolar e ir até a cidade tentar vender os produtos dela. Para ajudá-la, levamos alguns projetos que o IDR-Paraná tem, como o Renda Agricultor e o projeto Inclusão Produtiva e Solidária", lembra Josaine. Ela explica que esses projetos levam recursos financeiros para o início de alguma atividade produtiva e o instituto disponibiliza a parte técnica e orientações que farão a diferença para os produtores. "Mas foi ela que começou tudo, a gente só deu um impulso", frisa Josaine.
Dona Floripa, que antes morava numa casa bem modesta, mora agora numa casa de alvenaria, bem construída, e percebe o quanto essa parceria com o instituto foi importante. "Eu sou uma pessoa que não tenho estudo, mas tive esse apoio dos técnicos. E agora, receber esse prêmio foi uma surpresa e uma alegria para mim", comemora.
Outro vencedor do Orgulho da Terra foi o agricultor de Itapejara do Oeste, Ademilson Pegorini. Ele recebeu o prêmio na categoria "Feijão", por ter conseguido aliar as boas práticas que resultaram num produto de melhor qualidade e mais rentabilidade. "A nossa ideia era produzir uma qualidade boa de feijão, mas usando menos herbicida e fungicida, para colher um produto mais saboroso sem o agrotóxico".
O técnico da regional de Pato Branco, Lari Maroli, que o atendeu, explica detalhes dessa trajetória: "Começamos a fazer um trabalho de manejo integrado de pragas e doenças da soja. O custo, sem inseticida e fungicida, reduziu, o que se mostrou favorável. Então, começamos o trabalho de monitoramento com feijão, para fazer o manejo de pragas e doenças e diminuir o uso desses produtos químicos no cultivo". O técnico destaca que essa economia de agroquímicos fez sobrar mais dinheiro para o produtor.
Com os bons resultados, Ademilson pretende agora compartilhar isso com outros agricultores. "A ajuda do nosso técnico foi muito importante. Sem o conhecimento dele, dificilmente a gente conseguiria chegar onde chegou. Agora a gente pode levar essa proposta para os amigos e vizinhos, mostrando que ela traz rentabilidade também e faz brotar um produto mais saboroso".
E rentabilidade aliada ao sabor especial nos produtos também é o mote que a produtora Rosa Baedeski, de Araucária, desejava. Vencedora na categoria Turismo Rural, ela oferece uma experiência diferenciada e deliciosa em sua chácara: um "Colha e Pague" de morangos. Ali, os visitantes podem ter a sensação de colher as frutas diretamente da plantação, pesar e comprar o que foi colhido. "Fomos evoluindo aos poucos. Antes a gente fazia o plantio no solo, então mudamos para o sistema em elevado. Certo dia, a estufa estava tão cheia de morangos que decidimos abrir um Colha e Pague de Morangos. No começo era só uma mesinha na grama e hoje a gente já tem uma boa estrutura para receber os visitantes".
Para tanto, o papel de um técnico extensionista, segundo ela, foi imprescindível: "Esse apoio técnico é fundamental, porque a gente troca ideias e recebe muita orientação".
"Conheci a chácara da dona Rosa há três anos" - conta Renata Lessa Miranda, técnica de Curitiba. "Lá, eles já estavam investindo no Turismo Rural, mas tinham alguns probleminhas na estufa de morangos", lembra. Diante disso, Renata se articulou para levar um técnico da região para atender a produção do local, "porque na chácara da Rosa eles precisam de muito morango". Depois do início dos trabalhos com o técnico foi montado um grupo para reuniões, atraindo vários outros produtores de morango. "Começamos a trabalhar esse grupo, inclusive com a própria Rosa. Passei a dar orientações também no que diz respeito à regularização dos produtos que ela faz com morango, como licores e geleia. O IDR-Paraná é sempre bem acolhido por ela. E fico muito feliz de um produtor que eu atendo ganhar esse prêmio, isso para mim é gigante. E como técnica fico feliz e lisonjeada de fazer parte desse trabalho".
Para Rosa, é também o resultado de um sonho que se tornou possível. "A nossa chácara hoje é um Colha e Pague de Morangos e também um café colonial. É um turismo de experiência que está sendo bem-sucedido. E receber o Prêmio Orgulho da Terra representa um reconhecimento de todo aquele trabalho que a gente faz com cuidado todos os dias", conclui.