06/04/2025 | Press release | Archived content
Washington D.C., 4 de junho de 2025 (OPAS) - A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu recentemente um alerta sobre o aumento de casos de coqueluche em vários países das Américas. Diante deste cenário, a OPAS pede o fortalecimento da vigilância epidemiológica, o monitoramento da cobertura vacinal infantil e o preenchimento das lacunas de imunização, especialmente entre crianças menores de 1 e de 5 anos.
A coqueluche é uma infecção respiratória altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. É facilmente transmitida através de gotículas respiratórias quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. A doença começa com febre leve, secreção nasal e tosse, e rapidamente evolui para acessos intensos de tosse, seguidos de uma inspiração ruidosa característica. É especialmente perigosa para lactantes, podendo causar complicações graves ou até morte.
Os sistemas de vigilância de sete países da região - Brasil, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Paraguai e Peru - detectaram casos de coqueluche em 2025. Até maio, esses países notificaram 14.201 casos e 93 mortes. Embora este número esteja abaixo do total provisório de 2024 para toda a região (43.751 casos), já supera amplamente os 4.139 casos registrados em 2023 e os 3.283 de 2022.
A nível global, os casos da doença também estão aumentando. Entre 2010 e 2019 foram notificados, em média, 170 mil casos anuais. Durante a COVID-19 as notificações caíram, alcançando um mínimo de 29 mil casos em 2021. No entanto, em 2023, foram notificados mais de 158 mil casos em um contexto de redução generalizada das taxas de vacinação infantil, especialmente após a diminuição sustentada das coberturas registradas durante a pandemia.
Em cinco dos sete países da região que enfrentaram surtos e contam com dados disponíveis, as coberturas da terceira dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3) em 2024 estiveram abaixo dos 95% recomendados pela OPAS. Durante a pandemia, as coberturas regionais da primeira dose (DTP1) e da terceira (DTP3) caíram para mínimos históricos: 87% e 81% em 2021, respectivamente. Em 2023 foi observada uma recuperação parcial (90% e 88%), mas persistem disparidades significativas dentro dos países.
Diante desta situação, a OPAS faz um chamado para alcançar coberturas de ao menos 95% com as três doses da DTP em crianças menores de um ano, além de garantir os reforços durante a infância e a adolescência. Também recomenda vacinar gestantes - especialmente em contextos de surtos - e profissionais de saúde que estão em contato com recém-nascidos.