12/04/2025 | Press release | Distributed by Public on 12/04/2025 12:35
Na abertura da 6ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), nesta quinta (4/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os vetos dele ao projeto de Licenciamento Ambiental têm por objetivo proteger o agronegócio. Agora transformado em 'Lei da Devastação', após a derrubada desses vetos pela Câmara dos Deputados, o projeto, segundo Lula, vai prejudicar o comércio de produtos do agronegócio brasileiro no exterior, uma vez que as legislações de outros países condicionam a importação a regras de respeito ao meio ambiente.
"Nós não vetamos porque não gostamos do agronegócio. Nós vetamos para proteger o agronegócio, porque essa mesma gente que vetou, que derrubou meus vetos, quando a China parar de comprar soja, quando a Europa parar de comprar soja, quando alguém parar de comprar nossa carne, quando alguém parar de comprar nosso algodão, vão vir falar comigo outra vez: 'Presidente, fala com o Xi Jinping, presidente, fala com a União Europeia, presidente, fala com a Rússia, presidente, fala com não sei com quem', porque eles sabem que eles estão errados", disse Lula.
Antes de Lula, o empresário Eraí Maggi, conhecido como "o rei da soja", havia elogiado as exigências ambientais como "solução para o agro". Maggi, integrante do Conselhão, disse: "A questão ambiental é cobrada de maneira exemplar". O empresário destacou a concessão de licença ambiental para obras de infraestrutura. Ele citou a rodovia Cuiabá-Santarém, "que a Marina liberou", segundo ele, em referência à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Maggi argumentou que se as exigências ambientais impuseram dificuldades de adaptação nos primeiros anos, atualmente fazem parte do sucesso do agronegócio brasileiro. Segundo ele, as normativas, inclusive aquelas que orientam o acesso ao crédito produtivo, ajudam a explicar o sucesso do setor.
Confira aqui a fala do "rei da soja"
Lula citou o empresário: "Eu acho que quando a gente vê o Eraí falar e a gente vê que a bancada do agronegócio não ouviu ele, nem antes, nem hoje e nunca vai ouvir, não teria derrubado os vetos que nós fizemos na política ambiental desse país. Eles sabem que nós queremos que a nossa produção seja cada vez maior, mas cada vez mais sustentável e cada vez mais limpa. Eu não quero um mundo limpo para mim, a gente quer um mundo limpo para todo mundo", disse.
Lula fez críticas às emendas parlamentares impositivas. "Vocês acham que nós, do governo, temos algum problema contra o Congresso Nacional? A gente não tem", disse, antes de contrapor: "Eu sinceramente não concordo, não concordo com as emendas impositivas. Eu acho que o fato do Congresso Nacional sequestrar 50% do orçamento da União é um grave erro histórico, eu acho, mas você só vai acabar com isso quando você mudar as pessoas que governam e aqui aprovaram isso", disse.