PAHO - Pan American Health Organization

04/07/2025 | Press release | Distributed by Public on 04/08/2025 09:03

OPAS destaca progresso na redução da mortalidade materna nas Américas, mas alerta para desafios persistentes

Washington D.C., 7 de abril de 2025 (OPAS) - Neste Dia Mundial da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alertou que, embora a Região das Américas tenha progredido na redução da mortalidade materna, os desafios persistem, exigindo esforços urgentes para garantir que todas as mulheres tenham acesso a uma atenção de saúde materna de qualidade.

Segundo o relatório Tendências na Mortalidade Materna da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2023 foram registradas 7.850 mortes maternas na Região, o que representa uma diminuição de 15,7% em comparação com as 9.210 mortes registrados em 2000. Isso aconteceu, em parte, graças à melhoria no acesso a serviços de saúde essenciais. No entanto, a razão de mortalidade materna (RMM) nas Américas foi de 59 mortes por cada 100 mil nascidos vivos em 2023, o que ainda está acima da meta regional de 30 mortes por cada 100 mil nascidos vivos, estabelecida na Agenda Sustentável de Saúde para as Américas da OPAS para 2030.

Embora as Américas representem 3% do total de mortes maternas em nível mundial, a Região apresenta grandes disparidades na mortalidade materna. As taxas variam de 10 mortes para cada 100 mil nascidos vivos no Chile até 328 mortes no Haiti. Atualmente, cinco países têm uma RMM muito baixa (menos de 20), 26 países têm uma RMM baixa (de 20 a 99), quatro países têm uma RMM moderada (de 100 a 299) e apenas um tem uma RMM alta (mais de 300).

"Não podemos aceitar que, em um continente como o nosso, com altos níveis de desenvolvimento e investimentos, as mulheres continuem morrendo durante a gestação, parto ou puerpério, ou que crianças morram ou sofram com doenças preveníveis que marcarão o resto de sua vida", afirmou o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa. "Garantir que cada nascimento ocorra nas melhores condições de saúde não é apenas uma responsabilidade dos sistemas de saúde, mas também um dever dos governos e de cada um de nós", acrescentou.

Entre 2000 e 2023, 29 países nas Américas reduziram a RMM, enquanto outros países apresentaram aumentos, mas apenas em quatro deles esses aumentos foram estatisticamente significativos.

A pandemia de COVID-19 exacerbou as desigualdades preexistentes no acesso à saúde em toda a Região, o que levou a um aumento temporal nas mortes maternas em 2020. Todavia, em 2023, as taxas regionais de mortalidade materna retornaram aos níveis anteriores à pandemia. Entre 2020 e 2023, a mortalidade materna nas Américas diminuiu em 19%, ou seja, cinco vidas de mulheres grávidas foram salvas todos os dias na Região.

As principais causas de morte materna na região incluem hemorragias graves, hipertensão, infecções relacionadas à gravidez e complicações por abortos em condições de risco. A OPAS relata que quase todas as mortes maternas são preveníveis e que existem conhecimentos médicos e científicos disponíveis para garantir resultados favoráveis, sempre que as mulheres tenham acesso a uma atenção de saúde respeitosa e de qualidade.

Para reduzir ainda mais as mortes maternas, a OPAS recomenda abordar as desigualdades no acesso à atenção de saúde sexual, reprodutiva, materna e neonatal. Além disso, é necessário garantir o acesso universal à saúde, melhorar a qualidade do atendimento por meio de uma abordagem de atenção primária à saúde (APS), implementar estratégias para prevenir as principais causas de complicações obstétricas e fortalecer os sistemas de saúde para que respondam às necessidades de mulheres e meninas em todas as fases de suas vidas.

Em junho de 2024, a OPAS lançou a campanha Zero Mortes Maternas Evitáveis para acelerar ações que melhorem a saúde das mulheres. Esta iniciativa se concentra no fortalecimento dos sistemas de saúde, garantindo o acesso universal à saúde e assegurando que todas as mulheres, em todos os lugares, tenham acesso à atenção materna de alta qualidade. Além disso, a Organização está trabalhando para melhorar a vigilância e a notificação de dados sobre mortalidade materna na Região.

Compromisso global

O Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, destaca um tema de saúde de interesse mundial. A campanha "Inícios saudáveis, futuros esperançosos" pede aos governos e à comunidade da saúde que intensifiquem os esforços para acabar com as mortes maternas e neonatais evitáveis e priorizem o bem-estar a longo prazo das mulheres e dos recém-nascidos.

Nota aos editores

Sobre o Grupo Interagências das Nações Unidas para Estimativas de Mortalidade Materna

O relatório foi produzido pela OMS em nome do Grupo Interagências das Nações Unidas para Estimativas de Mortalidade Materna, que inclui OMS, UNICEF, UNFPA, Grupo Banco Mundial e Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas. Usa dados nacionais para estimar os níveis e tendências de mortalidade materna entre 2000 e 2023. Os dados desta nova publicação abrangem 195 países e territórios. Este relatório substitui todas as estimativas anteriores publicadas pela OMS e pelo Grupo Interagências das Nações Unidas para Estimativas de Mortalidade Materna.