09/24/2025 | Press release | Distributed by Public on 09/24/2025 17:34
São Paulo, 23 de setembro de 2025 - Em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), promoveu nesta terça-feira (23) o Seminário Internacional Desafios da Saúde nas Megacidades, realizado no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
O encontro reuniu especialistas que representavam seis países das Américas - Argentina, Brasil, Canadá, Chile, México e Peru - para discutir soluções inovadoras e sustentáveis em saúde pública, em um momento estratégico, conectado à agenda da COP30, que acontece em novembro em Belém, no estado brasileiro do Pará.
Na Região das Américas, são oito as megacidades que possuem mais de 10 milhões de habitantes vivendo em áreas urbanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México, Nova Iorque, Los Angeles, Buenos Aires, Bogotá e Lima. Com distribuição desigual de fatores de risco dentro dessas metrópoles, as populações enfrentam problemas como maior carga de doenças não transmissíveis, com destaque para eventos cardiovasculares, diabetes e neoplasias. Além disso, persistem desigualdades de acesso aos serviços de saúde, água potável e saneamento.
Na abertura, o representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Cristian Morales, destacou a relevância da cooperação entre países, instituições e as comunidades para enfrentar os impactos da urbanização, da transição demográfica e das mudanças climáticas. "A união de governos, trabalhadores de saúde, pesquisadores, sociedade civil e organismos internacionais é fundamental para construir sistemas mais integrados e resilientes", destacou Morales.
O secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Eleuses Paiva, mencionou que as grandes cidades das Américas enfrentam desafios semelhantes. "Com diálogo, ouvindo as pessoas e fazendo esse intercâmbio, estamos agilizando cada vez mais a atenção à saúde no nosso país e na nossa América Latina", afirmou.
Eleuses Paiva e Cristian Morales também ressaltaram a experiência conjunta da OPAS com a SES-SP no fortalecimento da regionalização da saúde no estado, que tem permitido reduzir desigualdades entre territórios metropolitanos e de interior, colocando as pessoas no centro do sistema de saúde e do cuidado prestado pelos serviços.
A conferência magna foi proferida por James Fitzgerald, diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da sede da OPAS. Em sua fala, Fitzgerald destacou que a saúde das megacidades será determinante para a saúde global, uma vez que mais de dois terços da população mundial viverão em áreas urbanas até 2050.
Ele lembrou que as megacidades concentram profundas desigualdades sociais e de acesso à saúde, que se traduzem em diferenças significativas de expectativa de vida entre bairros e populações. "Essas desigualdades são evitáveis e injustas, e exigem políticas públicas integradas, com a atenção primária à saúde sendo o eixo estruturante dos sistemas universais", afirmou.
De acordo com Fitzgerald, essas barreiras afetam mais as mulheres, os grupos de baixa renda, a população rural e as pessoas com menos educação, refletindo as desigualdades entre os países e dentro deles. Como estratégia de superação desses desafios, a OPAS trabalha para fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde, dando ênfase ao cuidado prestado pela atenção primária de saúde.
Cristian Morales, representante da OPAS/OMS no Brasil; Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde de São Paulo; e James Fitzgerald, diretor do Departamento de Sistemas e Serviços de Saúde da sede da OPAS, no Seminário Internacional Desafios da Saúde nas MegacidadesA programação do evento incluiu reunião técnica preparatória e painéis temáticos para o intercâmbio de experiências nacionais e internacionais, incluindo a cidade de São Paulo e ONU Habitat, bem como discussões sobre políticas públicas inovadoras em megacidades como Lima e Buenos Aires, dentre outras.
Os representantes das megacidades presentes concordaram em estabelecer um grupo de trabalho para promover prioridades compartilhadas. Estas incluem o fortalecimento das redes de serviços de saúde, a melhoria da governança dos sistemas de saúde nas megacidades, o combate às desigualdades em saúde, a promoção da saúde e do bem-estar entre as populações urbanas e o fomento ao planejamento urbano que contribua para uma melhor qualidade de vida para todas as pessoas. A próxima reunião sobre saúde nas megacidades está prevista para março de 2026, na Cidade do México, no México.
A BIREME, em razão de seu histórico de cooperação com as Secretarias Estadual e Municipal de Saúde de São Paulo - onde o Centro está sediado -, acompanhou o evento e as discussões, reforçando seu compromisso de fortalecer a cooperação técnica por meio do acesso à informação científica e técnica.