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Altri SGPS SA

11/03/2025 | Press release | Archived content

O que faz a Altri na Economia Circular

Miguel Silva, Chief Financial Officer da Altri, enquadra o tema da economia circular na atividade da produção de fibras celulósicas, que há muito tempo valoriza os vários subprodutos do processo produtivo, e explica como a Altri continua a procurar aplicações para a maioria dos resíduos produzidos.

Economia Circular (EC) é uma expressão que cada vez mais ouvimos nas nossas vidas. Mas, afinal de contas, o que é a Economia Circular e quando surgiu? O conceito sucede à gestão dos resíduos industriais e urbanos dos anos 80. A expressão Economia Circular é atribuída a Stahel (1976) e a Pearce e Turner (1990) numa definição mais elaborada, tendo sido a Alemanha o primeiro país a legislar sobre o tema em 1994.

Primeiro apareceu o conceito dos 3R (Reduzir, Reutilizar, Reciclar) ao qual se seguiu o cradle to grave com o qual, basicamente, se começava a pensar nos resíduos gerados logo na fase de planeamento da produção, nomeadamente no sentido de evitar a utilização de materiais tóxicos. Finalmente, evoluiu-se para o cradle to cradle em que se tenta que um resíduo seja um ponto de partida para um novo produto ou forma de utilização e que, em termos genéricos, corresponde ao conceito de Economia Circular. Esta nova abordagem é diferente do tradicional modelo Retirar-Fazer-Abandonar (take-make-dispose). Ao reutilizar e reciclar o mais possível, reposicionando e vendendo produtos além da sua vida inicial, a Economia Circular é geradora de atividade económica e de criação de emprego, reduzindo em simultâneo a pressão ambiental.

Valorizar subprodutos do processo produtivo

No setor da Pasta e Papel, e em particular no Grupo Altri, há muito tempo que se valorizam vários subprodutos do processo produtivo. O exemplo porventura mais antigo é o do licor negro, que é queimado para produzir energia posteriormente usada no processo ou vendido o excesso à rede. Outros exemplos de Economia Circular na Altri passam pela venda do lignosulfonato para a indústria da construção, a valorização das lamas de cal nos fornos da indústria do cimento ou o aproveitamento de material fino em digestor específico para o efeito (projeto precursor em termos mundiais).

A Altri tem também, em fase mais ou menos adiantada de implementação, outros projetos de Economia Circular como a valorização de Ácido Acético e Furfural na Caima ou, em parceria com a Agristarbio, a transformação em fertilizantes de lamas secundárias provenientes do tratamento de efluentes da Biotek e Caima. O Ácido Acético é uma matéria-prima para a cadeia de produção de químicos enquanto o Furfural é um químico-base para diversas utilizações. No caso da produção de fertilizantes a partir de lamas secundárias, acresce ainda que estes voltarão, em parte, a ser usados no grupo Altri, mais precisamente na fertilização da floresta gerida pela Altri Florestal.

Encontrar aplicações para os resíduos produzidos

Além dos projetos em curso, a empresa tem ainda o objetivo de encontrar aplicações para a maioria dos resíduos produzidos, tais como dregs, grits, lamas de carbonato, cinzas de forno da cal e de caldeiras termoelétricas a biomassa, areias e escórias de caldeiras termoelétricas a biomassa.

O projeto da Altri na Galiza, a concretizar-se, será uma importante resposta para um dos setores mais poluentes do mundo: o do têxtil e vestuário. A produção de têxteis a partir de fibras celulósicas sustentáveis (com previsão de poder incorporar no futuro têxteis reciclados) será umas das principais formas de melhorar a sustentabilidade de um setor que utiliza todos os anos cerca de 65.000 milhões de toneladas de matérias-primas, das quais cerca de 80% se transformam em resíduos!

É, assim, fácil de perceber que a Altri está totalmente comprometida com a promoção da Economia Circular, reutilizando e valorizando todos os seus subprodutos e procurando valorizar todos os seus resíduos, acrescentandolhes valor económico e ajudando na criação de um planeta mais sustentável.

O potencial da Economia Circular

Mas, em termos globais, qual é o verdadeiro potencial desta nova abordagem ambiental e económica? Em 2015 foi publicado o Relatório "Growth within a circular economy vision for a competitive Europe" e as conclusões são surpreendentes. Para além dos benefícios ambientais e sociais, o benefício económico na Europa pode chegar aos 1,8 triliões de euros até 2030.

No relatório, conclui-se que a Economia Circular poderá produzir melhores resultados em termos de bem-estar, PIB e criação de emprego que a abordagem "tradicional". Os exemplos de oportunidades que foram identificadas são diversos e muito exemplificativos quanto ao seu potencial:

  • Um carro na Europa, em média, passa 92% do tempo parado;
  • 31% dos alimentos são desperdiçados ao longo da cadeia;
  • O escritório europeu é usado apenas 35 a 50% do tempo disponível.

Com a partilha de automóveis e soluções de condução autónoma, o custo médio de utilização de viaturas/km poderá descer até 75%. Processos industriais ou modulares podem fazer baixar o custo de construção até 50% e as casas que estejam preparadas para transformar a energia solar que recebam podem reduzir o consumo energético até 90%.

Novos modelos de negócio

No entanto, a mudança para uma sociedade em que se passará a valorizar a extensão da vida dos produtos e equipamentos, obrigará a uma transformação profunda nos modelos de negócio.

Por exemplo, nos equipamentos, a mera relação de venda passará muito provavelmente para um serviço em que o incentivo estará na extensão da vida útil. Já existem alguns fabricantes que oferecem mesmo um serviço de desmontagem e reciclagem. Veja-se o exemplo da ABB com a sua associada Stena Recycling em que os produtos são recondicionados e podem ser usados para fabrico de novos motores ou revendidos a outros clientes.

Os desafios são provavelmente tantos quantas as vantagens, mas é essencial que cada um de nós, indivíduo ou empresa, faça a sua parte para vivermos num mundo onde os produtos têm ciclos de vida cada vez maiores e onde os resíduos são transformados em matérias-primas de outros produtos ou negócios, contribuindo assim para um planeta mais eficiente e sustentável.

Altri SGPS SA published this content on November 03, 2025, and is solely responsible for the information contained herein. Distributed via Public Technologies (PUBT), unedited and unaltered, on December 14, 2025 at 21:00 UTC. If you believe the information included in the content is inaccurate or outdated and requires editing or removal, please contact us at [email protected]